Detox! Chega de Lollapalooza!

The Lava Lamp te ajuda a “desintoxicar” do festival e voltar a ouvir qualquer coisa fora do lineup

[Minha coluna aqui não vai ter nome, porque se hoje eu quero “Coluna do Lava Lamp”, amanhã eu já prefiro “Coluna do Lava”, depois “Lava Lamp Esclarece” (hã? hã?), passando por “O Idiótico Mundo de The Lava Lamp”, culminando sempre em “I’m Sexy and I Know It”. Sendo assim, melhor que seja nada.]

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O Lollapalooza passou. Foi legal, foi gostoso, foi escaldante, mas passou. Nas últimas semanas, mal falamos de outra coisa, e nossos ipods, lastfms, deezers e toca-discos entregam quanto o aquecimento foi intenso. Mas já deu. É normal estarmos ainda meio perdidos na ressaca pós-vários shows, e um bom jeito de sair dela é ouvir algo diferente, conhecer algo novo ou até mesmo voltar a algo que ouvimos bastante no longínquo fevereiro. Que tal começar hoje (ou amanhã, se você já está lendo isso no meio da tarde)? Se precisar ou quiser alguma indicação, lá vai:

Pra começar o dia e o “tratamento” sem grandes sustos, uma boa opção é a Laura Marling, pra quem não conseguiu tirar da cabeça o folk inglês do Jake Bugg, ou a louridão inglesa da Ellie Goulding. Laura é inglesa, loura, toca um folk lindo e tem quatro álbuns que são puro amor. Ótima pedida pra ouvir pela manhã, acompanhando o café e as torradas bem quentinhas com manteiga.

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Acabou o café? Hora de ir para o trabalho. Não sei onde você mora, mas eu sou de São Paulo e aqui a ida pro ~trampo~ é puro rock and roll, porrada mesmo. Seja na correria dos trens, no aperto dos ônibus ou no engarrafamento dos carros, se deslocar em São Paulo é pesado. Então vale o play em um excelente disco do rock brasileiro – talvez para esquecer a decepção que foi o show dos Raimundos – e paulistano. Cabeça Dinossauro, dos Titãs, é tiro certo. E se o disco acabar antes você chegar ao destino, pode repetir, que vale a pena.

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Durante o expediente a coisa ganha agravantes. Depende do seu trabalho, do seu ambiente, do seu chefe. Se preciso, explique que você está passando por um difícil processo pós-festival, e aí vale ouvir sua banda favorita da vida; se não puder usar fones de ouvido, tente, como quem não quer nada, trabalhar com música ambiente – mas nada que vá incomodar ninguém e pôr tudo a perder. Os quatro carinhas de Liverpool são sempre uma boa nessas horas.

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Os Beatles julgam sua pausa para o café longa demais.

Se tudo der certo, o dia vai passar rápido e quando você menos esperar já é hora de voltar pra casa. Ou seja: mais uma batalha. E aí, cansado, esmagado no metrô, pode bater aquela vontade de ouvir algo do fim de semana. Cuidado com as recaídas! Quer lembrar do Lolla? Ok. Ano passado o Queens of the Stone Age fez um PUTA show no festival. Essa semana, anunciou datas no Brasil! E além de tudo te dá uma dose extra de energia para a volta.

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Aí você chega em casa e vai pra cozinha, claro. E o que ouvir enquanto prepara algo pra comer, antes da novela? Pra mim, o The Shins é sempre uma ótima. Um disco dos caras vai passar por momentos divertidos, bonitos e até te levar a dançar sem perceber entre a pia e a geladeira. Boa alternativa a ouvir Vampire Weekend, por exemplo.

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E então quando a novela acaba você, com o pc no colo, começa a vasculhar a coleção de músicas procurando algo para fechar o dia. E de pensar em fechar o dia, pensa no fechamento do festival. E logo no começo da lista está o Arcade Fire… e quer saber? Pode ouvir. Manda o detox pro ralo, pras cucuias. Amanhã de manhã você começa de novo. Depois daquele show incrível no domingo, a banda merece isso.

[Pré-Lolla] Lista: Coisas que você vai ouvir no show das Vespas Mandarinas

Mais ou menos diretamente, vai rolar tudo isso num show que é certeza que vai ser divertido

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É a Thammy Gretchen ali?

Às 12h20 do sábado, dia 5 de abril, as Vespas Mandarinas abrem a terceira edição do Lollapalooza Brasil. E nada mais justo que um post relacionado aos roqueiros de São Paulo para abrir nosso esquenta também. Eu gosto bastante da banda e já fui a uma boa meia dúzia de shows dos caras, sempre excelentes e divertidíssimos, mas o festival deve reunir muita gente que nunca viu nada deles ao vivo e até mesmo gente que não conhece a banda. E pra saber o que esperar, vai aí uma listinha de coisas que, de forma mais ou menos direta, você pode acabar ouvindo durante a apresentação vêspica.

El Cuarteto de Nos e Fito y Fitipaldis

Duas das músicas mais legais que a banda já gravou são versões de músicas em língua espanhola. Antes que você conte até dez veio lá da Espanha, Não sei o que fazer comigo, aqui do Uruguai. As versões originais são bem legais, mas confesso: prefiro as daqui.

The Hellacopters

Eu sei que o Chuck gosta (ou pelo menos gostava) bastante desses suecos maravilhosos, e não sei se é homenagem, inspiração ou pura coincidência, mas aquele finalzinho de Cobra de Vidro e esse finalzinho de By The Grace of God são mais parecidos que o próprio Chuck e o Beto Lee cobrindo festivais passados.

Titãs e Os Paralamas do Sucesso

Abertamente, duas das maiores influências da banda, que se propõe justamente a resgatar o ~rock nacional~ feito nos anos 80 e 90, cujos maiores nomes talvez sejam mesmo os Titãs e os Paralamas. Além da influência no som como um todo, já vi as Vespas fazendo versões de Polícia e Cagaço no meio de Um homem sem qualidades. Qualquer uma que a banda escolher, vai ser legal pra cacete, ainda mais se o Thadeu resolver surfar a galera.

Marina Lima

Duvido que eu seja o único que ouve coisas como Santa Sampa, O Amor e o Ocaso e, principalmente, O Vício e o Verso e fica pensando que essas músicas poderiam facilmente ser da/gravadas pela Marina.

Gente morrendo de amores pela Gaía

A gata anda pela Índia, mas se já estiver de volta e der as caras no backstage durante o show das Vespas (ou qualquer outro), o número de suspiros pelo autódromo deve ser grande.

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